terça-feira, 4 de outubro de 2011

A ADVOCACIA SURGIU NAS PRAÇAS, NA DEMOCRACIA RADICAL DE ATENAS

Como sabemos a advocacia surgiu no momento da mais radical democracia vivida em tempos da Grécia Antiga. Contemporânea de Sócrates, Platão e Isócrates. Já vimos que o povo se reunia na praça para debate das questões que ele mesmo pautava. Então a pauta da audiência era também definida de forma democrática. Vemos que as coisas mudaram muito de Atenas até os dias de hoje. Quem se entendia sujeito de um direito exercia a defesa direta do mesmo. O cidadão acusava, o cidadão defendia. E não era qualquer um que falava: era o cidadão.
Com o tempo uns se destacaram e tornaram-se notórios por suas vitórias nos debates públicos. Estes começaram a socorrer aos amigos que vinham pedir conselhos sobre qual o argumento correto para adotar na defesa de seu direito. “Faça isso, não faça aquilo…” Até que em algum dia alguém se viu impossibilitado de explicar para o outro a forma correta de expor sua pretensão e parece que disse: “deixa comigo que eu defendo você”. Ou, o contrário, “você não pode defender esta tese para mim?” Uma coisa ou outra ocorreu e se foi por solicitação do cidadão que o primeiro advogado foi constituído, temos ai a primeira procuração outorgada por um cidadão e a advocacia nasceu espontaneamente, naturalmente, como naturalmente nasceu o primeiro arquiteto, o primeiro médico, o primeiro ferreiro, o primeiro místico e o primeiro tirano.

Texto criado por Nacir Sales recebe Adauto Suannes  (ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo)

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